domingo, 26 de junho de 2011

Desenho de produção heterodoxo

De setembro de 2006 a outubro de 2007, a equipe do filme DIA DE PRETO se instalou no RIOSHOPPING, usando como base de produção uma das lojas cedidas pela administração, que servia ao mesmo tempo como depósito e camarim (foto acima). Se as filmagens de um longa-metragem duram em média de 5 a 6 semanas no Brasil (cada semana com 6 dias de trabalho), o longo desenho de produção do filme DIA DE PRETO se justifica pelo modelo de financiamento da obra: a maior parte do elenco e da equipe também foi investidora do filme, recebendo em contrato uma participação nos resultados comerciais do longa, em vez do tradicional cachê de produção.

Para que esse modelo fosse possível, uma vez que os profissionais teriam de continuar trabalhando em outras atividades durante a produção - e a própria operação cotidiana do shopping oferecia uma restrição de horário para a maioria das cenas (realizadas com os corredores vazios, no escuro) - a solução foi agendar as gravações para as noites e madrugadas dos fins de semana e feriados, numa rotina exaustiva, que muitas vezes exigia do elenco uma pausa para um cochilo na madrugada (como Marcelo Batista na foto acima).

Encarando com muito bom humor o desafio de uma produção heterodoxa, a equipe logo se tornou íntima de cada corredor do RIOSHOPPING. Bancos, mesas e cantinhos foram utilizados para os momentos de espera e descanso (como faz a Diretora de Arte e Figurinista Karin Kulnig acima), assim como as pausas para lanche ou para discutir uma cena e ver as fotos de making of (foto abaixo, com a Caracterizadora Kris Kulnig e os atores Marcelo Batista e Naiara Hawaii).

Ao todo, foram 60 dias de filmagem, distribuídos em cerca de 30 finais de semana em pouco mais de um ano de produção. Uma operação hercúlea, de muitos riscos, mas também de grandes prazeres. Na foto abaixo, a atriz Vanessa Galvão dá autógrafos para as crianças numa noite de gravação. O confinamento no interior do shopping, além de estratégico para garantir o ritmo de produção adequado – protegido de intempéries como a chuva – também ofereceu um clima aconchegante proporcionado pelos lojistas, seguranças e funcionários do estabelecimento, que “adotaram” a equipe do filme e pareciam se divertir bastante com aquela gente sempre cercada de refletores, cabos, câmeras e toda a parafernália de produção de um longa-metragem.

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