terça-feira, 12 de julho de 2011

As Referências para o Dia de Preto


Os personagens do filme DIA DE PRETO não têm nomes próprios. Em nenhum momento da trama, seus nomes são mencionados em qualquer diálogo. Partindo da lenda do primeiro escravo alforriado do Brasil (foto acima), os personagens são protótipos concebidos a partir de imagens arquetípicas, sínteses bem-humoradas de alguns dos estereótipos mais comuns: o malandro sagaz, o vilão calculista, o velho poderoso, o chefe durão, a mulher fatal etc.
A estrutura do roteiro bebe em muitas fontes. Estão lá o “eterno retorno” de Nietzshe, o inconsciente coletivo de Jung e a noção marxista de que a História se repete como farsa. Voltando à Poética de Aristóteles, a saga do Preto no filme oscila entre as desventuras do herói trágico e as aventuras do anti-herói cômico (na foto acima, o Preto sofre nas mãos do Chefe, interpretado por Ricardo Bonaverti), estimulando a imaginação do espectador através do drama e da graça.
Fruto de muitas referências cinematográficas, o Preto acaba sendo uma mistura do Soldado Witt (Jim Caviezel em Além da Linha Vermelha, de Terrence Malick, na montagem acima com Marcelo Batista), do Paul Hackett (Griffin Dunne em Depois de Horas, de Martin Scorsese), do Marty McFly (Michael J Fox em de De Volta para o Futuro, de Robert Zemeckis), do Blondie (Clint Eastwood em Três Homens em Conflito, de Sergio Leone), do Renton (Ewan McGregor em Trainspotting, de Danny Boyle) e do Ferris Bueller (Matthew Broderick em Curtindo a Vida Adoidado, de John Hughes), entre outros. Filmes que inspiraram os ganchos do roteiro e a direção de arte, na fase de pré-produção, além de nortear a atuação do elenco, durante os workshops de preparação, ensaios e gravações.



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