quinta-feira, 28 de julho de 2011

O sino da vaca

Além do cruzeiro do Engenho D’Água, há outro elemento fictício de grande importância na trama: o sino da vaca, a relíquia sagrada roubada pela filha do Patrão, com a ajuda do Preto. Na foto acima, o personagem de Marcelo Batista olha fixamente para o sino, como quem vislumbra alguma chance de liberdade. Pivô dos acontecimentos que conduzem o protagonista por uma madrugada absurda, o sino é um objeto-fetiche com muitos sentidos, que os espectadores poderão descobrir cena a cena.

Nas pesquisas para a preparação da arte, definiu-se que a aparência do sino não deveria seguir o design de um típico “sincerro” (cowbell), sino para localização de gado, com a forma de um trapézio. A peça-chave do filme, por motivos simbólicos, deveria ter o mesmo desenho de um sino de campanário de Igreja, com seu formato sinuoso característico, exatamente como o exemplar dourado utilizado no DIA DE PRETO (detalhe acima). Assim feito, o objeto atravessa os mais de três séculos da trama, com sutis diferenças de caracterização: um pouco gasto e arranhado no Século XVII, restaurado e brilhante nos dias de hoje.

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