domingo, 17 de julho de 2011

Referências para arte e trilha musical


Além da trilha de Ennio Morricone, os faroestes de Sergio Leone também serviram de referência para outros elementos no DIA DE PRETO. O uso de cartelas com os nomes dos personagens em “Três Homens em Conflito” (cartaz acima) é quase tão marcante quanto o refrão assobiado da trilha, vinheta hoje associada de modo genérico aos filmes de Velho Oeste, ou a qualquer tipo de duelo. Nas cenas diurnas realizadas no estacionamento do shopping estão presentes alguns ingredientes do ritmo e dos enquadramentos de Leone, e até uma paródia do assobio icônico, que não poderia faltar. Destacando ainda a influência do filme na composição dos personagens do “Preto”, vivido por Marcelo Batista, que herda do Blondie de Clint Eastwood certa solidão aventureira, e do “Corno” interpretado por Guilherme Almeida, que emula algumas características do terrível “Olhos de Anjo” personificado por Lee Van Cleef.
Para a Direção de Arte, “Cidade dos Sonhos” (imagem acima) foi uma forte referência para a composição da Sala de Segurança do shopping, destaque nas cenas em que o Preto é aterrorizado pelo Chefe (Ricardo Bonaverti) num simples ato de servir um cafezinho. Mas o filme de David Lynch também empresta à trama do DIA DE PRETO outros elementos de surrealismo, complementados pelo estranhamento kitsch de “Quero Ser John Malkovich”, de Spike Jonze. Elementos presentes também no “Clube da Luta” de David Fincher, com sua corja de terroristas urbanos, tão dispostos a urinar na feijoada alheia quanto a demolir prédios. A toca subterrânea onde habita um tipo inesperado de parasita da sociedade de consumo, inquilino desconhecido pelo shopping center, é uma mistura da fábrica de sabão à base de gordura humana do “Clube” de Fincher com o andar “sete e meio” criado por Charlie Kaufman para o filme de Jonze.

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